História de Areia / PB



O conjunto histórico e urbanístico de Areia foi tombado, em 2006. Para o tombamento, o IPHAN baseou-se no valor histórico, urbanístico e paisagístico atribuído ao conjunto, pela ativa participação da cidade nas revoluções ocorridas no século XIX. Também foi destacado o valor da cidade como remanescente arquitetônico dos séculos XVIII e XIX e da paisagem natural que a circunda. Na área tombada existem cerca de 420 imóveis.

A cidade está situada na mesorregião do agreste e na microrregião do brejo paraibano, no topo da Serra da Borborema, a 618 metros de altitude em relação ao nível do mar, com uma população estimada em 22.940 habitantes (IBGE-2016). Sua bela paisagem natural é valorizada pelas ruas que acompanham a topografia acidentada do terreno, possibilitando vários pontos de observação nas encostas da serra. Em Areia, nasceram o pintor Pedro Américo e o escritor José Américo de Almeida. No Museu de Pedro Américo estão inúmeras réplicas dos quadros do mais célebre cidadão areiense – entre elas a famosa obra: O Grito do Ipiranga, encomendada por Dom Pedro II.

Areia foi considerada por muito tempo como terra da cultura, e seu Theatro Minerva inaugurado 50 anos antes do teatro de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba. A cidade recebia estudantes de todo o Nordeste, sendo expoentes deste tempo a Escola de Agronomia do Nordeste, o Colégio Santa Rita (das irmãs franciscanas), e o Colégio Estadual de Areia (antigo Ginásio Coelho Lisboa).

No processo de povoamento do interior da Paraíba, Areia se originou de um ponto estratégico de parada e abrigo aos tropeiros que vinham do sertão em direção ao litoral para a comercialização dos seus produtos. A partir do final do século XVII e início do século XVIII, surgiu o povoado inicialmente denominado Sertão do Bruxaxá ("terra onde canta a cigarra"). Bruxaxás eram os índios que primitivamente habitavam a região. Por essa época, no local onde hoje se ergue a cidade, um português construiu um albergue à margem do cruzamento de estradas muito frequentadas pelos que, procedentes do alto sertão paraibano ou de Pernambuco, seguiam para Mamanguape ou a Paraíba.

O colono, pela amizade que fez com os nativos, recebeu a alcunha de Bruxaxá. O movimento de viajantes e tropeiros pelo local atraiu habitantes, formando-se ali, em pouco tempo, próspera povoação, que passou a chamar-se Brejo de Areia, em virtude de correr nas imediações o riacho de nome Areia. Distrito criado com a denominação de Brejo d`Areia, em 1813, subordinado a vila de Monte-Mor. O município surgiu, desanexado do de Monte-Mor (atual Mamanguape), em 1815. Elevado à categoria de vila com a denominação de Brejo d`Areia, em 1815, e desmembrado da Vila de Monte-Mor. Em 1846, foi elevada à condição de cidade e sede municipal com o nome de Areia. A cidade é lembrada, também, pela participação de seus habitantes em movimentos políticos do século XIX.

Conheça Areia/PB

População aderiu ao movimento libertador de Pernambuco e participou das revoluções Confederação do Equador (1817) e Revolução Praieira (1848). Durante a Confederação do Equador partiram de Areia (que foi sede temporária da Província) as tropas do sargento-mor Félix Antônio Ferreira de Albuquerque que combateram as forças legais. A estes homens se incorporaram os remanescentes dos batalhões de Pais de Carvalho, marchando os revoltosos até o Ceará, onde foram aniquilados. Em fevereiro de 1849, travou-se em Areia o último combate da Revolução Praieira. Os rebeldes, depois do malogrado ataque ao Recife, invadiram a Paraíba e se refugiaram em Areia, onde receberam auxílio do juiz municipal Maximiano Lopes Machado e do coronel Joaquim dos Santos Leal. Entrincheiraram-se na cidade, sustentaram seis horas de combate, que terminou em fuga e dispersão pelo interior. Na cidade, a campanha abolicionista foi das mais intensas, destacando-se a Mocidade Emancipadora Areiense, à frente da qual se encontrava Manuel da Silva. Areia foi à primeira cidade do estado da Paraíba a libertar seus escravos, no dia 3 de maio de 1888, dez dias antes da proclamação da Lei Áurea.

FILHOS ILUSTRES

Os personagens históricos mais conhecidos de Areia são o pintor Pedro Américo (pintor do Segundo Império), José Américo de Almeida (ex-governador da Paraíba, escritor e importante político nacional), Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques (primeiro arcebispo da Paraíba), Abdon Felinto Milanês (músico erudito), Abdon Milanês (político da Primeira República e pai do compositor) além de Elpídio de Almeida (médico e ex-prefeito da cidade de Campina Grande), Álvaro Machado (fundador do Jornal A União), entre outros.

Curiosidades

  • - Foi a segunda cidade do Brasil a decretar a abolição da escravatura antes mesmo da lei ser assinada pela Princesa Isabel;
  • - Foi a primeira cidade da Paraíba a usar o jornal impresso;
  • - Concorreu a capital da cultura 2009;
  • - Possui 117 engenhos;
  • - Primeiro Teatro da Paraíba – Teatro Minerva (anteriormente chamado de Recreio Dramático);
  • - Possui uma Banda Filarmônica Centenária (um ano a menos que a cidade);
  • - A Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Areia, é a paróquia mais antiga da Diocese de Guarabira criada em 29 de Junho de 1813;
  • - O grupo de tradições Folclóricas "Moenda" um dos mais antigos grupos culturais da cidades, criado em 1979, com destaques nacionais e - internacionais ainda ativo na cidade;
  • - Destaca-se em Areia o Grupo Cênico Recreio Dramático, grupo que já apresentou e ganhou prêmios por toda Paraíba;
  • - Elson da Cunha Lima Filho foi o primeiro prefeito reeleito da história de Areia;
  • - A Rádio Comunitária Areia FM foi a primeira emissora comunitária da Paraíba a ter o seu projeto de lei encaminhado ao Congresso Nacional pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso. A rádio pertence a Associação Artística e Cultural de Areia, criada em 14.05.1997.



*Texto adaptado de: https://areia.pb.gov.br/historia

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